A Face Oculta de Iansã: A Deusa-Búfalo Revelada

A Face Oculta de Iansã: A Deusa-Búfalo Revelada. Um Itan de força e mistério com a fascinante lenda de Iansã e Ogum. Confira no artigo.

A Face Oculta de Iansã

Naquela manhã, a floresta estava impregnada de mistérios e sussurros. Ogum, perdido em pensamentos, espreitava na densidade verde, quando um búfalo surgiu, trazendo consigo o peso de um segredo. Aproximando-se, o animal despiu-se de sua pele, revelando-se como Iansã. Ela, uma visão de elegância e misticismo, envolta em panos delicados e jóias que contavam histórias antigas.

Ogum, encantado e perplexo, seguiu seus passos até o mercado, onde tentou, sem sucesso, conquistar seu coração. Iansã, com um sorriso que escondia universos, recusou. Ela era um enigma, um mistério que ele ansiava desvendar.

Mas ao retornar à floresta, a essência de Iansã havia desaparecido. Seu disfarce roubado. E naquela noite, no mercado vazio, Ogum enfrentou a tempestade em seus olhos. Ele prometeu amor, mas ela exigiu respeito. Respeito à sua verdadeira natureza, à sua liberdade.

Dias passaram, cada um marcado pela presença silenciosa de Iansã em sua casa, uma beleza incomparável que despertava a inveja das outras mulheres. Elas, consumidas pelo ciúme, seduziram Ogum com vinho, arrancando dele o segredo de Iansã.

As palavras cruéis ecoaram pela casa: “Você é um animal!” E com cada insulto, a tempestade dentro de Iansã crescia, até que um dia, ela reencontrou sua pele e seus chifres, e com eles, sua verdadeira força.

Ela se transformou, uma fúria selvagem, uma força da natureza que não conhecia limites. As mulheres que a insultaram enfrentaram sua ira, uma lição eterna sobre o poder e a fúria de desrespeitar o sagrado.

Ao final, os filhos de Iansã choravam, perdidos entre o medo e a admiração. “Nossa mãe, o que será de nós?” Eles perguntavam. Iansã, agora um búfalo novamente, os consolou com a ternura de uma mãe, deixando-lhes seus chifres como um lembrete de sua presença e proteção.

E assim, a lenda de Iansã ecoa, um lembrete eterno de sua força, sua ira, e a profundidade de seu amor. Desde então, dois chifres de búfalo adornam o altar de Iansã, servindo como um lembrete eterno de sua força, ira e compaixão.

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