Obaluaiê-Omulú é o médico espiritual que cura doenças. Encarregado de uma das 7 Linhas Sagradas da Umbanda, a dos Ancestrais, relacionada a cura e evolução espiritual.

Obaluaiê-Omulú – Médico dos Orixás da Umbanda

De um lado da criação de Deus está a mãe de Omulú-Obaluaiê, Nanã.

Ela detém o poder de “decantar” as impurezas das almas, purificando-as na lama primordial, que é seu elemento natural nos pântanos, trazendo para reencarnar na terra as almas limpas e sem a memória da vida passada, visando um novo grau de evolução espiritual para aquele espírito.

Nanã dá a reencarnação ao espírito que já sublimou e evoluiu a ponte da morte, e prepara-se em suas mãos para atravessar uma nova estrada e renascer para uma nova vida.

Poder sobre a vida e a morte

Oposto a Nanã, e do outro lado da criação está Obaluaiê-Omulú, que tem funções divinas contrárias às de sua mãe, mas que também foram  determinadas pelo Criador supremo e a Ele cabe cumprir como Patrono da Linha dos Ancestrais da Umbanda.

Nesse caso, é Omulú quem vai “desligar” os seres viventes da conexão com a vida, assim como vai ajudar esses mesmos espíritos a realizarem a passagem da “morte carnal” para a consciência espiritual ampla e dessa forma entregá-los as mãos de sua amada mãe Nanã, para a “renovação” espiritual eterna, cármica e cíclica, proporcionando progresso espiritual a todos os espíritos orientados pelo Criador.

Sincretismo de Obaluaiê-Omulú

Como sabemos, a Igreja Católica buscou assimilar através do sincretismo religioso, todas as formas de culto africano trazidas ao Brasil na ocasião da colonização e ao longo dos anos seguintes, criando uma representação católica para os mitos relacionados aos Deuses e representações divinas dos povos escravizados.

Sabemos que o sincretismo pode variar em diferentes regiões do Brasil, de Portugal e do mundo a fora, pois foi grande a aculturação sofrida pelos povos e tribos africanas colonizadas pelos portugueses, dentre outros; e que foram distribuídos por meio da escravidão, e sem dúvida alguma, violentamente na maioria dos casos.

Mesmo assim, santos e orixás tentam conviver em harmonia nas terras colonizadas, e com Obaluaiê-Omulú não seria diferente.

Orixá ligado a morte, Omulú  foi sincretizado pelos católicos como São Lázaro, o Leproso, homenageado em 17 de Dezembro, mas pode também ser representado por São Roque, homenageado em 16 de Agosto.

Os filhos do orixá Obaluaiê-Omulú

Os filhos de Omulú são muito controvertidos. Seu caráter às vezes é taciturno, calado, fechado em si próprio. Às vezes têm piques de alegria, descontração e satisfação indo de um extremo ao outro com facilidade e muita frequência.

Deprimidos e depressivos, são capazes de desanimar o mais optimista dos seres; acham que nada pode dar certo, que nada está bom. Às vezes, são doces, mas geralmente possuem manias de velho, como a rabugice.

Convivem melhor com pessoas idosas do que com as mais jovens. Os filhos de Obaluaiê sempre procurar pessoas mais idosas para conviver.

Gostam da ordem, gostam que as coisas saiam da maneira que planejaram.

Não são do tipo que levam desaforo para casa e se se sentirem ofendidos respondem no ato, não importa a quem.

Pensam que só eles sofrem, que ninguém os compreende. Não possuem grandes ambições.

Parece que os filhos de Omolú são pessoas que possuem muitos defeitos e poucas qualidades, mas eles têm várias, e uma qualidade pode compensar qualquer defeito: são extremamente prestáveis e trabalhadores. São amigos de verdade.

O lado positivo da maioria dos filhos de Omolú supera em muito esse lado autodestrutivo que todos têm uns mais, outros menos, mais tem sim.

São extremamente alegres, perseverantes, pacientes e amorosos, tiram a roupa do corpo para agradar uma pessoa, tratam o dinheiro pelo lado do prazer, da satisfação.

Extremamente fiéis a uma causa. A justiça para os filhos de Omolú não é a dos homens e sim a de Deus (Olorun), super limpos e vaidosos, ao contrário de muitos arquétipos, são na maioria muito bonitos, se não fisicamente, são espiritualmente e ainda tem grande afinidade pela atração que exercem nas pessoas.

Tem uma capacidade mental atualizada ao seu tempo, raramente adoecem e quando acontece se recuperam mais rápido ainda. Os filhos de Omulu, apesar de parecerem pessoas distantes, seguras de si e uns tanto insensíveis, guardam uma tempestade de sentimentos que, muitas vezes, não conseguem colocar para fora. Reprimem-se tanto que podem acabar sofrendo por depressão.   Precisam buscar meios de liberar essa tensão e esportes  são uma boa opção.   Os sentimentos fortes de amor e solidariedade podem se transformar em energia de cura através de suas mãos. Não devem ter medo de soltar seus sentimentos num trabalho assim e verão sua luz brilhar.

Culto a Obaluaiê-Omulú

O culto a Omulú se dá aos domingos e segunda-feiras

  • Dia da semana: Domingo; Segunda-feira
  • Cores: Preto, branco, amarelo e vermelho
  • Elemento: Terra
  • Plantas: Panaceia, Cravo-de-defunto, Sete Sangrias (Cufeia), erva-de-passarinho, Canela de Velho, etc.
  • Animais: Cachorro e porco
  • Comidas: pipoca, banana da terra, etc.
  • Saudação: Atotô!
  • Bebida: Água e vinho tinto
  • Sincretismo: São Roque (16/Agosto), São Lázaro (17/Dezembro)